Ouviam-se gritos e prantos
Viam-se olhos cheios de lágrimas
Pessoas presas em seu próprio silêncio
Apenas a dor visitava as suas casas
Ouviam-se histórias de mortes
Via-se pânico nos jornais
Pessoas arriscando outras vidas
Elas não se viam como iguais
A morte despejava corpos por seus caminhos
Distantes das famílias, morriam sozinhos
Não haviam flores por causa do risco
Choravam mas entendiam, o triste sacrifício
Quando não havia respiração
Quando não haviam mais batimentos
As frases de adeus chegavam pelo vento
Quando o desfibrilador parava
O silêncio anunciava: Que morte voltara
Abraçando, beijando, despejando mais uma virgem alma
A sombras das paredes choram
Mais uma vida se torna memória
Sem despedida! Homens perderam suas vidas
Sem despedida! Mulheres perderam suas vidas
Sem despedida! Crianças perderam suas vidas