Um olhar fixo ao relógio
E eu sempre amanheço em meio a destroços
A cada anoitecer... Vários pensamentos
Que corroem meu corpo e me machucam por dentro
O vento sopra nas janelas
Suave e frio, conduzindo as olhas
A neblina cobre todo o campo
Como uma pintura cinza, com um sombrio encanto
Solidão, quando o Sol e a Lua apagam
Na escuridão, memórias tornam-se navalhas
O tempo passa, e as horas dançam em silêncio
Estou cedido, ao desgosto e ao relento
Nuvens negras no céu, integram a paisagem
Um clarão no quarto, e eu contemplo a tempestade
Vejo pela janela, ruas cheias de vazio
E eu me pego pensando... Qual será o meu destino?
Dúvidas! Reflito junto ao vazio
Lamentações! Tantos momentos não vividos
E os meus sonhos? Já estão todos mortos
E as minhas dores? Sempre voltam quando acordo
Preso ao vazio, afogado em lágrimas
Assassinado pelo tempo
Vencido pelas dores, sem chance de saída
Assassinado pelo tempo